A paisagem teatral brasileira modificou-se significativamente com o fenômeno das práticas coletivas durante as décadas de 1990 e 2000. Centenas de núcleos surgiram ou foram revitalizados nos centros urbanos em consequência de políticas públicas mínimas para o segmento, fruto da mobilização dos artistas. São grupos que, invariavelmente, realizam treinamento e pesquisa contínuos na preparação do intérprete, da cena, do texto e dos demais elementos constitutivos do espetáculo. A maioria mantém sede própria ou alugada, com sala ou galpão onde ensaia, se apresenta ou abre as portas para seminários e debates.
Coexistem modos de organização e de produção que valorizam o percurso criativo prático e a base teórica em detrimento da obra como fim em si mesmo. O trabalho em equipe costuma ser bem-sucedido quando dimensões estéticas e éticas convergem para uma poética. Para atingi-Ias, os artistas vão à luta por recursos e chamam o Estado a cumprir seu papel, como ocorre em paises desenvolvidos. A França, por exemplo, de tradição no subsídio à arte, também vive uma explosão de coletivos de teatro na década de 1990. São os "bandos", conforme a designação do ensaísta [ean-Pierre THIBAUDAT, que sublinha a condição marginal de atrizes, atores e diretores em artigo traduzido e publicado pela revista Camarim, da Cooperativa Paulista de Teatro. "Não é espantoso observar, para concluir, que é nesse teatro dos bandos que se encontrou ou reencontrou-se o fermento político abandonado pela maioria de seus antecessores', escreve Thibaudat, citando núcleos como Radeau, Royal de Luxe e Machine (2008: 56-61).
No Estado de São Paulo, uma das iniciativas demarcatórias dessa fase é o Encontro Brasileiro de Teatro de Grupo, organizado pela equipe do Fora do Sério na cidade de Ribeirão Preto. Com ênfase em espetáculos, o projeto atrai dezenas de equipes em suas duas edições, em 1991 e 1993. Concomitante, em Belo Horizonte, desponta a Associação Movimento Teatro de Grupo de Minas Gerais, em 1991. Mas é na capital paulista que a urgência de políticas públicas para as artes cênicas ganha o centro das discussões. O movimento arte contra a barbárie" catalisa artistas, produtores e pensadores a partir de 1998. O primeiro manifesto vem à luz em maio do ano seguinte e salienta alguns parâmetros:
1) O teatro é uma forma de arte cuja especificidade a torna insubstituível como registro, difusão e reflexão do imaginário de um povo;
2) É inaceitável a mercantilização imposta à cultura no País, na qual predomina uma política de eventos. É fundamental a existência de um processo continuado de trabalho e pesquisa artística;
3) Nosso compromisso ético é com a função social da arte;
4) A atual política oficial, que transfere a responsabilidade do fomento da produção cultural para a iniciativa privada, mascara a omissão que
transforma os órgãos públicos em meros intermediários de negócios;
5) A cultura é o elemento de união de um povo que pode fornecer-lhe dignidade e o próprio sentido de nação. É tão fundamental quanto a saúde, o transporte e a educação. É, portanto, prioridade do Estado (COSTA & CARVALHO, 2008: 21-22).
Fruto da perseverança dos grupos e marco das políticas públicas de cultura no País - em contraposição à hegemonia da renúncia fiscal do patrocínio via Lei Rouanet, de 1991 -, o Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo é instituído em 2002 (Lei 13.279). O seu artigo 10 - como se lê na webpage da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo - afirma que o objetivo é apoiar "a manutenção e criação de projetos de trabalho continuado de pesquisa e produção teatral visando o desenvolvimento do teatro e o melhor acesso da população ao mesmo':
O Programa soma R$ 48,1 milhões em seus primeiros cinco anos de vigência, valor destinado a 192 projetos escolhidos por meio de edital e executados por 93 equipes nos vários quadrantes da geografia paulistana. Centro e periferia se entrecruzam na circulação de espetáculos por palcos, praças e espaços não-convencionais, como o albergue destinado às pessoas que sobrevivem nas ruas, o trecho de um rio ou os prédios abandonados de uma antiga vila operária. Amplia-se o saber cênico; formam-se espectadores para os quais a arte era, até então, inacessível. Essa percepção da cidadania é replicada na safra de peças que tangencia temas ou conteúdos sociais.
Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Pau/o, o filósofo Paulo Arantes observa que a vitória desses grupos que conquistaram uma Lei de Fomento dos governantes deve-se a um movimento relevante estética e politicamente: "Nos tempos que correm não é pouca coisa converter consciência artística em protagonismo político. Foi uma vitória conceitual também, pois além de expor o caráter obsceno das leis de incentivo, deslocaram o foco do produto para o processo, obrigando a lei a reconhecer que o trabalho teatral não se reduz a uma linha de montagem de eventos e espetáculos. Nele se encontram, indissociados, invenção na sala de ensaio, pesquisa de campo e intervenção na imaginação pública. Quando essas três dimensões convergem para aglutinar uma platéia que prescinda do guichê, o teatro de grupo acontece:' (NÉSPOLI, 2007: 8-9)
Sob o ponto de vista formal, uma das principais inovações do teatro de grupo é disseminar o ato de criar em colaboração, independentemente do que cada um dos seus integrantes faz. Se por um lado lembra a criação coletiva" em voga nos anos de 1960 e 1970, quando certo ímpeto comunitário respondia à crispação gerada pela ditadura militar (1964-1985), por outro avança na maneira de envolver toda a equipe na construção do espetáculo, configurando um procedimento que se tornou conhecido como processo colaborativo", Nos dias que correm, é comum a presença do dramaturgo na sala de ensaio, permeável às sugestões do elenco, do diretor e do corpo técnico, sem que as hierarquias sejàrn anuladas.
A articulação dos coletivos em nível nacional se dá por meio do Redemoinho - Movimento Brasileiro de Espaços de Criação, Compartilhamento e Pesquisa Teatral, iniciativa do Galpão Cine Horto, de Belo Horizonte, a partir de 2004. O Redemoinho logo se assume enquanto movimento político e os cerca de 70 grupos de 11 Estados, a ele ligados, reivindicam a aprovação de uma lei federal de Fomento. Contudo, entre o desejo e a realidade da tramitação de um projeto de lei ao sabor dos ventos partidários, defrontam-se com o desafio de melhorar o diálogo entre si e aparar antagonismos ideológicos, problemas que levaram ao adiamento do 52 encontro anual previsto para o final de 2008, em Salvador - as edições anteriores ocorreram na capital mineira (2004 e 2005), em Campinas (2006) e em Porto Alegre (2007). No encontro de Campinas, um importante documento redigido pelos grupos participantes e intitulado "O Redemoinho e seus Objetivos" sintetiza as propostas basilares. Publicado no Jornal do Redemoinho (2006:5), ei-lo na íntegra:
Redemoinho é uma associação brasileira de grupos que mantêm ou disputam espaços de criação, compartilhamento e pesquisa teatral. Criada em 2004, funcionou até seu terceiro encontro como rede e neste ano de 2006 deliberou transformar-se em movimento político cujos representantes, eleitos, têm a tarefa de atuar na cena pública e política.
Desde a sua fundação este movimento se propõe a travar as seguintes lutas:
1. Pela criação de condições sociais, políticas e econômicas para a construção de um país que alimente a utopia de uma sociedade na qual a arte e a cultura sejam compreendidas como afirmação da vida e direito universal;
2. Pelo direito de produzir teatro entendido não como veículo de niarketing institucional nem como um instrumento de pseudoinclusão social, mas como elaboração, na esfera do simbólico, do nosso depoimento crítico sobre a experiência de viver numa sociedade em que a cultura é mercadoria a serviço da dominação e por isso tem a função de alimentar os valores da concorrência, da acumulação ou concentração de renda, do preconceito e da exclusão;
3. Pelo reconhecimento, por parte do Estado, do direito à cultura entendida como exercício crítico da cidadania e, consequenternente, do nosso direito de criar um teatro que corresponda a esta definição. Há muitos anos o Estado brasileiro vem se omitindo de suas obrigações constitucionais para com a Cultura. O atual modelo neoliberal tem nas leis de incentivo seu principal instrumento de transferência de recursos públicos para a área cultural.
O Redemoinho não reconhece a Lei Rouanet como uma política pública para a cultura, uma vez que ela é privatizante, antidernocrática, excludente.
Por atender a interesses privados, norteados pelos departamentos de marketing das empresas, a Lei se mostra concentradora de renda e submete a esfera da produção simbólica aos interesses mercantis. Ao considerarmos que a Política cultural do país está privatizada, o Redemoinho propõe que o Estado retome suas responsabilidades na formulação e execução de políticas realmente públicas para a Cultura.
Nossas Reivindicações
Nossas experiências de pesquisa, criação e compartilhamento de processos teatrais necessitam de espaços autônomos nos quais os grupos possam melhor desempenhar a sua função social de prover o imaginário de bens simbólicos que favoreçam a construção da cidadania e a criação de uma democracia de fato no Brasil.
Para fazer frente a esta necessidade reivindicamos um Programa Público de Cessão, Gestão e Consolidação de Espaços para o Teatro de Grupo.
Este programa visa:
• a construção de novos espaços teatrais em terrenos públicos ou em terrenos privados em parceria com o poder público;
• a ocupação e revitalização de espaços públicos ociosos;
• a revisão do conceito de gestão de espaços públicos existente;
• a criação de políticas públicas para os teatros e ou sedes de grupos já existentes que cumprem a função cultural que nós especificamos;
• a criação de linhas de crédito e isenção de impostos para a aquisição, construção, reforma, manutenção e equipagem de espaços teatrais.
Nossas experiências necessitam ainda da criação de um Programa Especial de Circulação que, ao invés de dar prioridade aos aspectos quantitativos da circulação de produtos, vise ao intercâmbio e compartilhamento de processos artísticos, de formação e pesquisa. Esta concepção diferenciada de circulação reafirma a necessidade dos espaços autônomos.
O Redemoinho propõe também que a gestão do Fundo Nacional de Cultura seja transparente, democrática e pautada por critérios que contemplem a diversidade cultural, sobretudo as práticas que se caracterizem por processos continuados.
Como ação imediata, propõe ainda a aprovação do Projeto de Lei Federal Prêmio de Fomento ao Teatro Brasileiro como início da retomada do papel do Estado na formulação e execução de políticas públicas para a Cultura.
O Redemoinho afirma, em consonância com grande parte dos movimentos sociais, a necessidade urgente de que a valorização da Cultura se expresse no aumento da dotação ao Mine para no rninirno 1 por cento do orçamento geral da União.
Campinas, 6 de dezembro de 2006.
Como afluentes históricos dos protagonistas que aí estão, citamos o Arena e o Oficina (atual Oficina Uzyna Uzona), em São Paulo, e o Ipanem a e o Opinião, no Rio de Janeiro, os quatro surgidos entre os anos de 1950 e 1960. Também podem ser lembrados alguns representantes das gerações sucessivas, como a Tribo de Atuadores ói Nóis Aqui Traveiz, em Porto Alegre; o Tá na Rua, no Rio; o Galpão, em Belo Horizonte; e o Lume, em Campinas, todos ativos e nascidos nos estertores da repressão.
Essa nomenclatura disseminada sobre o território nacional espelha subjetividades inerentes à cena
mundial, como contextualiza Béatrice PICONVALLIN, quando participa do Próximo Ato - Encontro Internacional de Teatro Contemporâneo, em São Paulo. Eis como ela se refere ao teatro de grupo:
O teatro de grupo pode ser definido, quer se atribua explicitamente ou não tal denominação, como uma comunidade artistica reunida, no mais das vezes, em torno de um ou mais líderes, empenhados num mesmo projeto. Ele pode ser amador", semiprofissional ou profissional, e pode escolher, conforme seu status (que pode evoluir), a relação com os outros, a pesquisa artística, o impacto na sociedade, a qualidade perturbadora da criação, até mesmo a refundação do teatro. Porém, as relações de confiança, entendimento, cumplicidade, compartilhamento, que dão fundamento ao grupo enquanto tal, têm seu reverso: o voltar-se para dentro, para o trabalho de pesquisa, devido às dificuldades a serem superadas e à intensidade do trabalho no decorrer do processo de ensaios. O grupo pode, assim, ver-se isolado, apesar de todos aqueles que gravitam em torno do seu núcleo de atração. O Odin Teatret soube romper essa isolamento potencial e voluntário (a situação periférica do seu local de trabalho no interior da Dinamarca), por meio de uma rede mundial pacientemente tecida e organizada. Para resistir em um contexto que, na Europa, se torna cada vez mais difícil para a arte e para o teatro, cada vez menos subvencionado - e que, em São Paulo, atualmente, por conta da recente Lei de Fomento, pode se tornar um pouco mais fácil, embora isso leve os grupos a uma concorrência, ao polimento dos projetos que são apresentados a quem concede os apoios e patrocínios -, é preciso, sem dúvida, estabelecer um princípio de base. Isolado para trabalhar, o grupo deve buscar alianças com outros grupos para proteger de todas as formas, tanto espirituais quanto ideológicas ou financeiras, esse isolamento propício à criação (PICON- VALLIN, 2008: 82-89).
O teatro de grupo no Brasil, em suma, ao cultivar a diversidade de gêneros e linguagens, conquista lugar no sistema de entretenimento das capitais, sem recuo do pendor para o experimento. Os mais importantes prêmios e festivais já não o ignoram. A universidade e a imprensa tampouco, ainda que existam lacunas na análise desse período efervescente de mudanças de paradigmas, Uma referência no campo acadêmico é o ÁQIS - Núcleo de Pesquisa sobre Processos de Criação Artística -, que organiza um mapa do teatro de grupo no Brasil e é fundado em 1997 na Universidade do Estado de Santa Catarina. Aliás, vale lembrar que muitos coletivos têm origem nos cursos de arte dramática das universidades, que os municiam com forte formação teórica e prática. Para dizer a que vieram e buscar interlocução, núcleos em atividade lançam mão de publicações: revistas, jornais, cadernos, livros, fanzines e páginas na internet. Um reflexo dessa representatividade é a atuação da Cooperativa Paulista de Teatro. Ela chega aos 30 anos, em 2009, revigorada institucionalmente por causa da intensa produção dos núcleos desde a década anterior. A mesma entidade organiza a Mostra Latino-Americana de Teatro de 'Grupo, firmando correspondência com seus pares nos países de língua espanhola. Entre os conjuntos historicamente mais sígníficatívos que passaram pelas três edições paulistanas da Mostra, de 2006 a 2008, estão: Teatro Experimental de Cali (Colômbia, 1955), Teatro La Candelária (Colômbia, 1966), Teatro Buendía (Cuba, 1986), Yuyachkani (Peru, 1971), Teatro Malayerba (Equador, 1979) e Teatro de Los Andes (Bolívia, 1991). Todos também são destacados nos últimos anos em festivais internacionais de Londrina, Porto Alegre e Belo Horizonte.
No Brasil, pelo trabalho já realizado e pela repercussão obtida, destacam-se do panorama em processo os grupos Ágora, Caixa de Imagens, Cemitério de Automóveis, Companhia Circo Mínimo, Companhia da Mentira, Companhia Teatro Balagan, Companhia de Atores Bendita Trupe, Companhia de Teatro em Quadrinhos, Companhia de Teatro Os Satyros, Companhia Fábrica São Paulo, Companhia do Feijão, Companhia do Latão, Companhia Livre, Companhia Cênica Nau de Ícaros, Companhia Paideia de Teatro, Companhia Razões Inversas, Companhia São Jorge de Variedades, Companhia Teatral As Graças, Companhia Triptal, Companhia Trucks Teatro de Bonecos, Fraternal Companhia de Artes e Malas-Artes, Engenho Teatral, LaMínima, Núcleo Argonautas de Teatro, Núcleo Arte Ciência no Palco, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Os Fofos Encenam, Parlapatões, Patifes & Paspalhões, Pessoal do Faroeste, Pia Fraus Teatro, Pombas Urbanas, Sobrevento, Tapa, Teatro da Vertigem, Teatro de Narradores, Teatro Popular União e Olho Vivo, Teatro Promíscuo, Teatro Ventoforte, XIX de Teatro e XPTO, em São Paulo; Barracão Teatro, Boa Companhia e Matula Teatro, em Campinas; Fora do Sério, em Ribeirão Preto; Armazém Companhia de Teatro, Companhia dos Atores, Companhia dos Co-
muns, Companhia Ensaio Aberto, Companhia Os Dezequilibrados, Companhia Teatro Autônomo, Intrépida Trupe, Os Fodidos Privilegiados, Studio Stanislavski, Teatro de Anônimo e Teatro do Pequeno Gesto, no Rio de Janeiro; Companhia Clara, Espanca!, Companhia Zikizira Teatro Físico, Luna Lunera Companhia de Teatro, Oficina Multimédia, Teatro Andante e ZAP 18 - Zona de Arte da Periferia, em Belo Horizonte; Circo Teatro Udi Grudi e Teatro do Concreto, em Brasília; Zabriskie, em Goiânia; Antropofocus, Ateliê de Criação Teatral, CiaSenhas de Teatro, Companhia Brasileira de Teatro, Companhia Silenciosa, Companhia Vigor Mortis, Delírio Teatro, Obragem Teatro e Companhia e Sutil Companhia de Teatro, em Curitiba; Companhia Teatro di Stravaganza, Depósito de Teatro, Falos & Stercus e Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais, em Porto Alegre; (E)xperiência Subterrânea, Persona Companhia de Teatro, Teatro Sim ... Por Que Não?!!! e Téspis Companhia de Teatro, em Florianópolis; Companhia Carona, em Blumenau; Imbuaça e Stultífera Navis, em Aracaju; Ata e Joana Gajuru, em Maceió; Bigorna e Piollin, em João Pessoa; Bando de Teatro Olodum, Companhia Baiana de Patifaria, Companhia Teatro dos Novos, Dimenti, Los Catedraticos e Vilavox, em Salvador; Coletivo Angu de Teatro, Companhia Teatro de Seraphim, em Recife; Bagaceira, Cabauêba e Teatro Máquina, em Fortaleza; Alegria Alegria e Clowns de Shak.espeare, em Natal; Cuíra do Pará, em Belém; e Mosaico e Teatro Fúria, em Cuiabá. (VS)
(GUINSBURG, J., FARIA, João Roberto e LIMA, Mariângela Alves de (Coord.). Dicionário do teatro brasileiro: temas, formas e conceitos. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Perspectiva: Edições SESC SP, 2009, p. 309 - 313)
Ótimas informações.
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