Termo da Commedia dell’arte*. Elemento mímico ou improvisado* pelo ator que serve para caracterizar comicamente a personagem (no origem Arlequim). Contorções, rictus, caretas, comportamentos burlescos e clownescos, intermináveis jogos de cena são seus ingredientes básicos. Os lazzi tornam-se rapidamente morceaux de bravoure que o público espera do comediante. Os melhores ou mais eficientes são muitas vezes fixados nos canevas* ou nos textos (jogos de palavra, alusões políticas ou sexuais). Com a evolução da Commedia, em particular sua influência sobre o teatro francês dos séculos XVII e XVIII (MOLIÈRE, MARIVAUX), os lazzi tendem a ser integrados ao texto e são uma maneira mais refinada, porém sempre lúdica, de conduzir o diálogo, uma espécie de encenação de todos os componentes paraverbais do jogo do ator.
Na interpretação contemporânea, frequentemente muito teatralizada e paródica, os lazzi desempenham um papel essencial de suporte visual (encenações de STREHLER dos clássicos italianos, formas e técnicas populares etc.).
(PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro; tradução para a língua portuguesa sob a direção de J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: perspectiva, 1999, p. 226)
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