segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ROTEIRO

Esse termo italiano, que significava “cenário”, designava o canevas de uma peça de Commedia dell’arte*. O roteiro dava indicações sobre o argumento*, a ação, a maneira de representar, em particular o lazzis*. A palavra quase não é mais usada hoje a não ser no cinema, onde ela compreende o mesmo gênero de indicações, excluindo-se indicações técnicas, mas com o texto do diálogo dos atores. Quando o termo é usado – bastante raramente – no teatro, é em geral para espetáculos que não se baseiam num texto literário, mas são amplamente abertos à improvisação e compõem-se sobretudo de ações cênicas extralingüísticas. A encenação* às vezes considera o texto a ser representado como um simples roteiro, a saber, como fonte de inspiração, como um material textual que não tem que ser restituído literariamente, mas serve de pretexto à criação teatral. Daí os mal-entendidos sobre o estatuto do texto e os direitos do encenador...

(PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro; tradução para a língua portuguesa sob a direção de J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: perspectiva, 1999, p. 347)

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